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Quase corri da roda de homens pela masculinidade saudável!


Corpo Agave - Chákra Básico ou Raíz - Masculinidade Saudável

Ontem foi o 3º encontro no grupo de homens por uma masculinidade saudável.

Eu estava ansioso, construiu-se um vínculo e me sinto mais à vontade agora entre os cerca de 10 homens frequentes! Porém, foi o dia no qual eu quase decidi cair fora imediatamente da sala! O Fábio, amigo e facilitador, sinalizou que o tema do dia tendia ser “mais leve e divertido”: Sexo. É claro que eu sabia que ressignificar a sexualidade e a forma como os homens se relacionam sexualmente é um dos principais objetivos do grupo e pauta urgente social! Justamente, este foi um dos motivos que me fez acompanhar o @Sagrado.Masculino.

Ao sair da infância, quando percebi que o que ensinavam, valorizavam ou demonstrava-se sobre o que é ser HOMEM era uma asquerosa e contraditória farsa abusiva, fazendo os homens sustentarem uma máscara pesada em brasa viva para si e para os outros, ironicamente com o apoio de algumas mães e mulheres doentes, farsa que feria brutalmente justamente aquilo que prometia conquistar e manter: respeito, filhos, mulheres e a relação consigo mesmo.

Eu vivi e vi isto muitas vezes em família, conhecidos e em textos teatrais que são reflexos sociais! Cresci percebendo que era necessário trilhar um caminho próprio, abandonando os “conceitos” e papéis de “Macho Tóxico” endeusado e senti que tentavam me encaixar seja para me “proteger”, pra combinar mais com meu perfil físico comercial ou devido aos moldes temidos ou admirados na minha família, nas empresas e etc.: abusadores e pegadores. Eu confesso que já tentei em algumas épocas me encaixar sim, por baixa autoestima cega, mas este papel não tinha nada a ver com minha alma escandalosa que sempre se metia nas minhas escolhas e hoje agradeço suas intervenções, além do que: como pessoa eu sou um pés-si-mo Ator, e como Ator quero é ser mais e mais humano! Mas não é mérito, esta inaptidão me gerava dores e frustrações de cunho mental e um inconsciente ressentimento aos homens (e a mim mesmo, ok?). Este ressentimento só veio claramente à minha consciência com ThetaHealing, terapia na qual integrei que a ponte de reconciliação com os homens era o amor que agora eu tenho por mim mesmo e vice-versa.

Então, na busca de assumir e amar o macho-real, ou antes do gênero, o SER que eu sou, como sempre, precisei e ainda sigo olhando com calma para minhas sombras, traumas, minhas inconsciências. Acolhi primeiramente minha Mãe (quem assistiu ao #EspetaculoMAE sabe) ela segue comigo e junto com ela abracei as mulheres, o meu lado feminino e as mulheres feridas também dentro dos homens (Pesquise Anima, Carl Jung).

Dois Lados da Mesma Moeda

Então, curiosamente, já no processo criativo percebi que entender e vivenciar o sagrado feminino que me parecia mais “intuitivo”, estava me convidando a intregar/rever também o sagrado masculino - a mãe entrega o filho ao Pai - e os dois lados, feminino e masculino são lados da mesma moeda, um está pra cima, visível e o outro “oculto” como também diz Osho, um não existe sem o outro, o que seria “dia” se não houvesse “noite?” Só existe noite porque tem dia e existe “dia” porque tem noite…

Mas eu sei que este conceito dual ainda é um desafio para alguns entenderem, o símbolo Yin Yang girando é a melhor forma de “entender” isso para mim, ou seja, a dança!

Enfim, ontem no exercício da escuta empática estimulada enquanto eu ouvia cada um narrar como foi aprendendo de forma tóxica, cheios de dúvidas e frustrações, a se desconectarem de si mesmos e a aderirem ao desvirtuamento que intensifica esta fuga de si, anestesiando-se com o que chamam de sexo, mas poderia se chamar “DES-sexo”... Ao em que eu me sentia grato por testemunhar COMO se construíram alguns pontos de vista tóxicos mais comuns nos homens e o quanto isto também era desesperador e frustrante para eles, para nós, algumas linguagens que considero baixas, foram surgindo na roda, disparadas pelo tema, um tal de: “COMI tantas mas não me satisfiz...”, “Quando vejo uma mulher apenas penso em meter”....

Puf! Neste momento pude perceber o meu mecanismo de defesa acionado, sangue no zóio mesmo, é que foram incontáveis vezes na vida que insisti em ficar numa roda de amigos ou conhecidos com este tipo de considerações chulas, aquelas risadas fake por impressionar os amigos crédulos e inseguros…

Hoje percebo que a tentativa de me adaptar e ser aceito era uma das maiores violências que ingenuamente eu mesmo cometia contra mim sem perceber. Por isso, com meu mecanismo “feminista” de agora, não, nem é “feminista” não, é mais HUMANO, comecei a me doer com o linguajar e a querer reagir: a gente “come” uma bolacha, um pastel, não um “ser humano”, com alma e um universo interno, este a gente “penetra”, penetrar tem camadas, permissão, comunhão, dilatação, aventuras, medos e conquistas mútuas, tem entrega, portais, tem prazer, sabores, expansão de consciência e até um encontro com Deus, dentro do ato sexual puro tem sim, dependendo do nível de consciência, confiança e entrega mútua… Uau! Eu também ganho mais consciência enquanto escrevo…

Autoamor para homens

Mas nenhum homem que não se dá isso pode ofertar a alguém exceto a qualidade com a qual se toca e come um lanche com pressa pra se saciar e resolver uma demanda, o engolimento abrupto que pratica consigo mesmo. Nenhuma mulher que nunca se deu a experiência de se "penetrar" de forma sagrada vai saber procurar isso num homem, então não é estranho que algumas pareçam se conformar em ser “comidas” de forma autômata como um pastel, somos livres e gosto é gosto, mas será que lá ou cá são mesmo “escolhas” ou condicionamentos?

Ninguém pode dar genuinamente ao outro a profundidade e escuta que não nunca se deu. Ninguém consegue receber profundidade e amorosidade se não se dá isso, vai estranhar, fugir e talvez até combater. Pode até ser que você não concorde comigo, mas estou compartilhando algo que já vivenciei dos dois lados da história.

Quanto mais profundo é o mergulho em nós mesmos, maior é a viagem, a aventura, o oásis e os prazeres que temos a oferecer a quem escolhemos nos relacionar e muito provavelmente seja menor a quantidade de voluntários de fato disponíveis ou que a nossa alma escolha para tamanha comunhão, se ela e não o cabeção/ego, estiver sendo o comando, ainda mais num mundo tão superficial e apressado, não é?

Então, ali ao perceber meu próprio discurso interno combativo, “bélico” ainda que debaixo de uma causa, pois minha mente julgava (a mente, julga e comparar é o papel dela, tudo bem, se eu for brigar com ela terei duplo conflito), respirei pelo diafragma e retornei ao meu centro, por hoje, decidi não agir baseado em no julgamento, me lembrando que estes homens estão aqui voluntariamente justamente para ressignificar as coisas que todos nós aprendemos de forma tão torta, por experiência própria, frustrações, pornôs, uns tiveram sorte, a maioria não… Me lembrei das falas de alguns no 1º dia, que se sentem vazios porque desaprenderam a “sentir”! Querem recuperar sua amorosidade! Querem que suas esposas e parceiras se sintam mais acolhidas e sintam o prazer e entrega deles no sexo! “É o mínimo!” dizem sem a presença delas ali. Então, mesmo que escape um linguajar chulo, tudo bem se é o que conseguem hoje para começar a “mover” essas águas... Os honro, respiro... Eu disse isso a mim mesmo. Agradeci novamente pela oportunidade de me aproximar deles, dos homens, dos irmãos, pais ali e de acolher a parte de mim mesmo que eles representam sem precisar anular nada em mim! Decidi ficar e encarar o meu desconforto, pelo menos hoje. Mesmo tendo me treinado a me desapegar da culpa ao deixar locais e pessoas com os quais não me sinto bem sem provar nada enfim, sem me julgar superior ou inferior, mas diferente, num espaço de respeito ao que o outro é pode ser agora em seu próprio tempo, assim como eu também sou o que posso hoje e respeito.

Então, chegou a hora do meu depoimento!

Não tenho dificuldades de falar das camadas profundas da minha sexualidade desde que com pessoas com as quais eu tenho real intimidade, independente de serem amigos homens ou mulheres, mas sobretudo quando percebo que estes têm condições de absorver… Esta é uma área que até hoje tenho escolhido não tornar pública, não por repressão, mas por respeito a mim, deixo as pessoas com suas suposições mentais ou intuitivas e tá tudo bem. Mas numa roda só de homens com qualquer vestígio de quantificação sexual ou objetificação da mulher, eu nunca pensei que teria esta coragem e espaço de falar tanto e abertamente, e fui do abismo ao pico da montanha no meu depoimento! Faaa-lei e pra minha surpresa me senti absolutamente acolhido e não-julgado, senti uma escuta atenta e acolhimento profundo destes homens imperfeitos como eu, não posso expressar o tamanho da cura/ressignificação que ser genuinamente ouvido por eles movimenta em mim! Arrisco dizer que o modo como a maioria dos homens tratam a própria amorosidade em si mesmos, não raro, é exatamente como tratam as mulheres: desconhece, usa e abusa, objetifica, mas geralmente não se considera o quanto isso é uma total automutilação que praticaram primeiro inconscientemente consigo e por isso ofertam. Que o sexo volte a ser honrado como a dança prazerosa e sagrada que é! Não só no ato, mas em todas as relações. Sim, homens também podem relembrar como acessar a própria amorosidade, sempre esteve lá dentro embora silenciada, temida ou ignorada, ser amoroso não compromete nenhuma masculinidade, melhora-a pois é cura para o SER e potencializa nossa humanidade e divindade.

Foto 1: #CorpoAgave Chákra Básico, Ensaio Autoral ronidiniz.com.br/corpoagave

Foto 2 e 3: 1º dia do Grupo de Homens @CasaNaunidade

Este relato não contempla toda a vivência, que inclui meditações e técnicas de respiração entre outras, eu me ative apenas aos recortes que me auxiliaram nas minhas próprias sinapses e no meu processo particular...

Masculinidade Saudável - Fábio Manzoli, Sagrado Masculino

Masculinidade Saudável - Fábio Manzoli, Sagrado Masculino (1)

Masculinidade Saudável - Fábio Manzoli, Sagrado Masculino

Performance Homens 14/12/2017

Performance Homens

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