
Segredo: eu erro nas medidas das coisas!
Amei demais, expressei demais, já foi!
Me protegi demais, calculei demais, já foi!
Eu erro na dosagem que dou e na minha abertura p
ra receber!
Sofria, doía, teimava, me revoltava, desistia…
Errava com a família, com os amigos e com os amores…
Ah os amores, poxa!
Surge alguém bem quando estou carente!
Já era! Exagerei! Me mostrei inteiro, de uma vez só e assustei!
Surge alguém bem quando eu me fechei!
Despercebi, magoei, perdi!
Me revezei entre os lados. Essas relações, viu…
Se parecem um pouco com o jeito de me relacionar com meu próprio corpo…
Me empolguei no exercício e me feri, mas só notei no outro dia,
Me preservei demais e nada mudou, me atrofiei!
Me acomodei, me sobrecarreguei, me deleguei, me envaideci e me omiti.
Se parece demais com meu jeito de me relacionar com as coisas também,
Guardei demasiados objetos de uma fase da vida que não existe mais, era medo de me despedir...
Me desapeguei demais e quando precisei, nada mais achei… Tive que reinventar.
Errei, errei e de repente, após tanto tempo… Uau!
Não é que estou aguçando a minha medida?
Óh sabedoria do tempo e da maturidade...
Mas Zaz! Eu mesmo já mudei de novo, as pessoas e o mundo também! Que mágico!
Não me servem mais as medidas dos amados pais,
Nem a dos bem-intencionados amigos…
Não me servem as medidas dos livros de autoajuda,
Não me servem as técnicas de sucesso e alta performance,
Não me servem as frases de efeito e nem os gurus,
Não os rejeito e nem os endeuso, consulto, agradeço e filtro, soltando sem apego…
Vez por outra, tem que esfregar e amolecer na água sanitária com cuidado pra não manchar as outras peças.
Não me servem mais nem os livros sagrados!
Pois o meu sentimento de Deus é vivo, livre e alegre!
Não pode ser escrito ou descrito. Não lhes cabe mais…
Mas agradeço o consolo e a esperança, a brecha aberta.
Deus não se contém à linguagem e nem aos pontos de vista humanos nem mesmo aos inspirados.
Eu sei que posso estar errado de novo!
Não os rejeito, bebo chá coado, café e até água artificialmente colorida às vezes,
Sucos, cachaça e leite, mas ouso beber água direto da fonte pura
Aquela que não se vê e nem se indica, mas se reconhece…
Se eu estiver errando agora, não é por orgulho,
Não é mais por medo de errar e nem por culpa implantada.
E de tantos “erros” se faz a vida, maestra e MÃE!
E de não “ver” mais erros, o que vejo são "escolhas" e se assim for,
Cada um que usufrua de suas opções, seus ganhos e perdas,
Até quando quiserem ou perceberem! Ops!
Há consequências ou/e benefícios coletivos hoje e até a quarta geração.
Eu não deveria decidir por ninguém e ninguém por mim.
Mas não são ordens, são convites, uns meio impositivos até e outros lidos como ordem por quem tem sede de ser ordenado e de obedecer.
Ordens vociferadas por quem busca um falso alívio pela descrença de si mesmo quando outros o acatam...
Eu, errando, percebo que “vida regida por receitas” é morte-viva!
Também uma delicada escolha que já não faço mais.
Ainda que um dia eu grite em birra dizendo que é tudo culpa de alguém, hoje eu cresci.
Que meu erro não seja irresponsável ou cruel e nem os meus acertos!
Andarei de trem, carro, a pé ou em trilhas
Em perigosas e/ou abençoadas caronas…
Mas também sairei, voltarei, assumirei e me sentarei em silêncio,
Observarei sem pudores enquanto tentam me apressar
E entre tantos "erros", guias e gráficos, sorrirei discreto,
Celebrando a infinidade de acertos não percebidos e os que hoje, ainda agora eu não percebo.
Eu errei feio com este texto, pois não se engane,
Continuarei a me extasiar também com as coisas “certinhas” ué!
E talvez eu até escreva um livro de “Orientações para não serem seguidas”
Não sei se alguém leria, mas sua função se cumpriria de um jeito ou de outro…
Quem não comprar já entendeu. Risos!
São tão poucos que se lembram sem culpa que “errar é humano”,
Menos ainda os que genuinamente sustentam o "acerto do erro",
Ou o "erro do acerto"!
Muitos ainda escolhem ostentar a obsessão pelo acerto e pagam um preço,
Com medo de estimular o erro e o descaso,
Com medo de se identificarem de vez...
Mas quem de fato detém esta dançante medida e por quanto tempo?
E do erro que tentaram tanto me ensinar a temer e em tudo pintar,
Hoje transparece a culpa e o medo que escolheram carregar e propagar por alívio sádico ou ingenuidade…
Os sábios ensinam o valor de a nada se envolver ou se apegar,
Mas será um acerto, amar o Mar e indo até ele nem se molhar??? Talvez...
Para cada um, sua medida e suas respostas, eu já estou mergulhando ou me secando ao sol.
Por favor, imploro a mim mesmo: Não me prive do dom de errar!
Mas se o carimbo de “erro” sumir, talvez assuma um novo adjetivo no lugar das normas, rótulos e instruções,
Um novo e ancestral "adjetivo-verbal",
Conjugável apenas em primeira pessoa, estimulador do sentir e da consciência:
"Percebo".
23/07/19 Roni Diniz
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