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Barro Homem, Barra Mulher. Berro do Ser!

Roni Diniz sobre a Peça Barro Homem

Peça Barro Homem, Barra Mulher

O ator pede números aleatórios à plateia e os usa para fazer uma ligação de celular em tempo real para um desconhecido, na primeira tentativa o número não existe e na segunda, atende um cara chamado Mateus. Após os cumprimentos ele é informado que a ligação está sendo feita no meio de uma peça de teatro e pede para o público aplaudir como evidência. Já rolaria uma super experiência e conversa ali: “Está chovendo muito aqui”, diz o Mateus, justificando o barulho. “Aqui também” diz o ator (algumas gotas caem no meio do palco a nossa frente). “Você está em Santana?” “Não, o teatro fica aqui perto da Barra Funda”. Mas o ator recupera logo seu roteiro de perguntas a cumprir, pois estamos no meio de uma peça de teatro. “Você já se apaixonou?” “Sim, duas vezes. Sentiu que a pessoa fugiu de você alguma vez?” “Sim”. “Que conselho você daria pra essa pessoa que fugiu?” “Eu diria que tudo bem, que cada um deve fazer aquilo que sente e que está na sua possibilidade no momento”.

É incrível perceber que o Mateus não tem tempo e nem a necessidade de montar um "tipo" ali ao responder as perguntas em tempo real do outro lado da linha, também, com seu anonimato protegido não parece haver nenhuma necessidade ou risco em dizer o que realmente sente sem pensar muito, como geralmente temos medo e a inteligência auto defensiva e, às vezes, até "amorosa" de fazer na vida e nos dispositivos online. O ator tem uma certa ansiedade aparente e normal, talvez devido ao teor imprevisível desta ação louca que compõe o roteiro desta peça (risos). Mas é possível ver a química se criando entre eles e por consequência, também entre nós, público. Estariam se “apaixonando”? Parece que agora nós, público, estamos entregues diante das surpresas da vida e apaixonados também. Finito o roteiro de perguntas, o ator informa que assim como um casal apaixonado tem aquela velha dificuldade de decidir quem desliga primeiro, ali também ele prefere que o Mateus desligue primeiro, mas explica meio sem graça que não é que ele ache que eles são uma casal (a plateia ri) depois de alguns segundos o Mateus se despede e desliga. Nunca mais, mesmo nesta peça, nunca mais esta “cena” será exatamente igual, de nenhum jeito seria, eu fico ali, talvez como boa parte do público, ator e restante do elenco com aquela saudade e alegria grata de ter vivido isso...

Este relato não define a peça, não, nem tem como ser um spoiler, nem te adianta sequer a experiência que você teria se estivesse lá, mas nem por isso é menos verdade e nem por isso deixa de falar um pouco que seja sobre mim que escrevo, sobre a peça, o grupo e o momento histórico no qual vivemos...

Mais informações sobre a Peça e Sobre o grupo: https://www.facebook.com/nucleobarro3/

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© 2016 Roni Diniz . Ator, Fotógrafo e Designer Gráfico.

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