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Diário de uma aula de dança contemporânea. Fechar os olhos para ver.


Ensaio Aberto - Manifesto Poético da Cia Diversidança

Na aula de hoje, fomos surpreendidos com mais uma proposta para testarmos na rua! Em duplas, deveríamos caminhar por uma longa rua até esquina do quarteirão e voltar, DE OLHOS FECHADOS e conduzidos pelo colega que tem como único contado e transmissão da comunicação, o seu toque em um de nossos braços. Um exercício que obviamente envolve confiança no parceiro e um grande foco de concentração, pois a rua é a rua né?

Alongamentos mais sutis e concentrados, exercícios de respiração... Foi assim que a aula começou. Diferente da maioria dos encontros semanais que sempre tem início com uma boa preparação muscular e alongamentos mais doloridos, risos. Pela primeira vez, este ano estou tendo o privilégio de fazer aulas de dança a poucos quarteirões de distância da minha casa! Num ritmo de companhia profissional, que obviamente nem sempre consigo alcançar, mas também consciente de que minha meta é mais ter um espaço para treinar o corpo, me desenvolver e ter contato com outros artistas, há muitas facetas da dança e do treino que só alcançamos em grupos e debaixo de um olhar orientador atento... E assim está sendo a minha participação na residência que a Cia Diversidança abriu para alguns convidados escolhidos por meio de seleção, dentro do seu último projeto fomentado da Cia.

Algumas vezes os exercícios e laboratórios da Diversidança se relacionam profundamente com os conceitos e princípios que eu tenho pesquisado sozinho ou em outras experiências paralelas também do teatro e da performance, fazer estas relações é uma mistura tão rica pra mim que me alimenta e instiga. É o caso das atividades registradas no diário que compartilho aqui, primeiro com o desejo do registro e de disponibilizar primeiro pra mim mesmo uma porta para esta experiência sempre acessível, debaixo de todos os balizamentos que publicar um texto que pode ser lido por outros, me demanda.

“Toque háptico” é uma expressão que está constantemente no vocabulário das orientações que o Rodrigo Cândido, diretor da Cia, nos dá continuamente (do grego haptikós,ê,ón "próprio para tocar, sensível ao tato"). Atravessar a sala percorrendo o chão com o corpo e pele despertos, alongando o corpo, explorando estéticas e dilatando a sensibilidade muscular como estímulo para a movimentação é algo que fazemos quase toda aula como aquecimento e é interessante ver como esta qualidade deste corpo que se derrama, se contrai e se expande pelo chão, “como se estivesse em cima de um papel de seda”, vai escrevendo um repertório de “negociações” musculares que são solicitadas, vai resolvendo certas limitações e espaços são ganhos pouco a pouco... Durante algumas aulas de teatro e de dança eu costumo ficar refletindo sobre o contraste deste universo que vivenciamos aqui com a vida “normal” lá fora. Às vezes passamos horas investigando musculaturas, ossos, maneiras de respirar, de acoplar e dissociar as coisas, como o movimento pode partir daqui ou dali e quais leituras pode revelar, como as partes se interligam e um encurtamento aqui pode às vezes começar lá no tendão do pé. Todo este estudo, nem sempre é “divertido”, mas se desdobra em autoconhecimento do próprio corpo e de suas camadas tridimensionais, como a emoção, as sensações, energia e etc. Ao passo que as pessoas que vivem “normalmente”, cada vez mais sem conhecer o próprio corpo, seu funcionamento, muitas vezes, só se lembrando de determinado órgão ou músculo quando ele dói, tentando resolver as coisas com remédios que geralmente ignoram o “ecossistema” que alimentou este problema e às vezes até agravam ele em longo prazo, simplesmente por falta de espaço para escutar o próprio corpo e o próprio eu ou por vício nos anestésicos farmacêuticos, digitais ou intelectuais...

“Fechar os olhos para ver” é algo que já pratiquei em outras experiências e preparações em dança e teatro, de modo que as sinapses são inevitáveis! Quando comecei a fazer aulas de dança eu ficava extasiado ao perceber o potencial expressivo de movimentação e sensações que eu sentia atravessar o meu corpo ao fechar os olhos, ainda que abstrato e ainda que com um corpo muito encurtado naquele tempo, um pouco mais flexível e disponível hoje! Sempre era preciso abrir os olhos em seguida, fazer a ponte, relembrar o que foi feito, reproduzir e aprimorar... O que exatamente saía do meu caminho e me permitia dançar livremente ao fechar os olhos?

A prática que gerou uma das “cenas” do primeiro trabalho que apresentei em dança, “FLUXOS” lá no primeiro ano de Programa Vocacional, foi justamente relacionada a fechar os olhos, era um trabalho que tomou um rumo muito sensorial e subjetivo e contornava a nossa busca de sentidos dentro da linguagem da dança e das relações / encontros entre os nossos mundos. Em uma das cenas, eu era vendado e disponibilizava o meu corpo para que a Lays e a Vânia me conduzissem por um trajeto no palco. Como era difícil no começo! Eu que já era fotógrafo e me formava em publicidade, tinha um perfil visual extremamente dominante! Você já fez algum teste de PNL para saber qual é o seu perfil dominante? Eu fiz um na quinta série, tinha a ver com um teste vocacional para entender qual carreira se encaixava com minhas vocações. Esta classificação faz parte de um conceito de que as pessoas podem ser divididas pela maneira como sentem o mundo, alguns são visuais, outros mais auditivos, olfativos e outros cinestésicos (Sistema representacional preferido ou preferencial - O sistema representacional que um indivíduo tipicamente usa para pensar de forma consciente e organizar sua experiência, tem um teste no fim do post). Claro que meu resultado deu como “visual” em primeiro lugar, porém bem aproximado ao perfil de cinestésico. Este é um conhecimento que cheguei a rever nos dias de faculdade, na forma de técnicas de marketing para fisgar os clientes, combinando ao máximo estas características para alcançar todos os perfis de público ou entendendo as características individuais de cada nicho de público e direcionar melhor a campanha publicitária.

No espetáculo FLUXOS, a cena que foi criada comigo de olhos vendados me agradava muito, um clima de mistério e, decorrente daquele exercício, surgiu em cena uma coreografia meio selvagem, meio bicho, meio criança aprendendo a andar...

Outra experiência que me veio imediatamente ao fechar os olhos ao sair na rua hoje, foi a peça encenada no escuro absoluto “Acorda Amor” do Teatro Cego que apreciei no início de 2016. Sim o a maioria dos atores eram mesmo cegos! Eu adorei passar àquelas horas naquele universo escuro, porém cheio de “imagens” e sensações. O mais interessante é que tanto lá na peça quanto hoje, rapidamente esqueci que eu não estava vendo nada, pois tudo eu sentia dilatado!

Hoje o Vinicius é meu guardião e rapidamente percebo que vamos criando um vocabulário de toques sutis e jeitos de conduzir e responder... Vou entendendo e distinguindo quando o seu impulso em meu braço quer dizer ir para frente, subir ou descer um degrau, mudar de direção ou virar a esquina. Posso dizer que tenho os seus olhos e é com esta unidade entre nós que os erros ou tropeços se diluem numa aceitação generosa e num jogo que vai ganhando vida própria, como uma brincadeira de crianças. Percebo que estou sendo treinado...

Ao fechar os olhos, imediatamente meus ouvidos também se dilatam e posso perceber as texturas do espaço, é como se eu pudesse “ver” os risos da molecada que passa por nós, desenhados no espaço pelo som que suas risadas projetam, tem cor, tem brilho, cheiros, chegam e vão... As temperaturas, as camadas de ar que se deslocam, o calor do Vinicius que está ao meu lado me conduzindo, parece que agora eu enxergo mais do que eu normalmente vejo de olhos bem abertos. Me recordei do filme “O Demolidor”, quando o assisti há uns anos atrás, gamei nos efeitos gráficos para representar como o personagem percebe o mundo quando fica cego, um mundo de sensações desenhadas por luzes na escuridão. A experiência de hoje também dialoga um pouco com os primeiros minutos após a meditação que realizo como parte do programa da performance Permeável, processo no qual tenho a intenção de me sensibilizar, ouvir e dançar todo este mundo de partituras melódicas impressas, eu não estou com a intenção de me apresentar, mas sim para apreciar o mundo usando o meu corpo todo. No entanto, o que temos hoje é um trajeto conduzido e o toque háptico como estudo, o toque preciso sobre o meu braço é o que estabelece a comunicação e dirige os meus passos. Mas eu não sou uma marionete, pelo contrário, o que acontece ali é uma espécie de negociação, porém o meu estudo agora é experimentar um lugar de receber e transformar o toque em resposta/trajeto, situação que logo mais será invertida entre condutor e conduzido. Alguns princípios recorrentes que pude aprofundar:

Aqui e agora:

Caminhar de olhos fechados demanda um foco orgânico no aqui e no agora, o que temos é um passo por vez, um pé que caminha tateando e conferindo os estímulos recebidos de direção e o chão por onde pisa. Não há um espaço para um planejamento dos dois próximos passos ou para discutir internamente o que foi feito anteriormente, exceto uma assimilação orgânica da linguagem simples que vai se estabelecendo nos comandos sutis por meio do toque no braço pelo condutor.

A entrega e a fragilidade: Fechar os olhos é uma escolha e inclui se propor à vulnerabilidade de estar nas mãos de outrem (mediante os acordos que vão se estabelecendo é claro) ou dos outros sentindo que não são os mais usados, ou seja, quebrar a zona de conforto. Nas minhas observações, noto que esta vulnerabilidade acaba se revelando um lugar fértil para criação e potência dos afetamentos, pois revela-se poroso e acolhedor à vida, ao jogo com o inesperado, diferentemente das situações excessivamente racionalizadas e planejadas, como a coreografia que já foi pensada antes e detalhadamente previamente, não estou enaltecendo que se abandone o racional na dança, mas eu experimento posicioná-lo numa posição mais observadora como estudo, atenta, em tranquila prontidão, mas em segundo plano com precisas intervenções que se façam necessárias. Algo muito parecido com isso está no cerne de algumas técnicas que estudei para interpretação realista em cinema, porém, mais direcionada ao fluxo das emoções, às marcações e ao compromisso emocional em cena e o seu desenrolar...

A dilatação sensorial:

A amplificação sensorial acontece quase como consequência dos dois primeiros itens, pois estando inteiro e presente em cada passo, obtém-se espaço para assimilar cada detalhe do trajeto como se fosse um scanner, para assimilar o processo sutil de comunicação ao receber a condução que só acontece se houver a entrega e confiança de quem é conduzido e o suporte de quem conduz. A dilatação sensorial resulta numa percepção aguçada de cada parte do próprio corpo e, principalmente, voltada às pessoas que passam por nós, desde o primeiro sinal de cada presença, a aproximação de cada transeunte e o seu eco se diluindo com o seu afastamento.

O não-julgamento:

O campo visual extremamente detalhado e sobrecarregado de informações não costuma dividir a sua atenção com os outros sentidos sensoriais, a menos que estes se sobreponham fortemente, algo muito efêmero. O campo visual também vem abarrotado de interpretações que acessam repertórios de signos antigos e costumam nos levar naturalmente a um lugar banal, de comparação ou mera repetição, observo eu. Ao passo que o campo sensorial é um lugar “novo” e imprevisível que geralmente me desperta uma postura de aventura e desbravamento, onde tudo é fascinante simplesmente por ser o que é, logo, habitar este lugar é como experimentar a sensação de nunca estar sendo analisado e comparado também, uma vez que os lembretes desta matemática que se retroalimenta no campo visual e excessivamente racional não estão presentes ali ou pelo menos não conseguem se enraizar e dominar as relações.

A hora de conduzir o outro

A inversão de papéis é rica e interessante, pois estar no lugar de condutor me demanda imediatamente um racionalismo dobrado, pois além de ter o cuidado comigo, tenho que cuidar de quem eu conduzo, prever os perigos, procurar os caminhos mais fáceis para que os pés dele não tropecem e etc. Também envolve entender o tempo de resposta do seu corpo inteiro aos meus comandos e criar ali um novo vocabulário, pois o que usamos anteriormente não funciona mais, uma vez que somos pessoas distintas e numa nova experiência. Solicitar a entrega do parceiro torna-se algo maçante quando percebemos um atraso no diálogo, mas é tão importante quanto caminhar, esta solicitação pode se dar de forma sutil e cuidadosa, uma vez que qualquer erro neste cálculo pode resultar numa maior resistência devido ao excesso de estímulos ou a falta de confiança resultante da poluição e falta de clareza.

Ainda assim, os momentos mais marcantes são aqueles nos quais a caminhada acontece de forma orgânica, quando num descuido, observo que mesmo sem pensar muito, o comando já foi dado, recebido e realizado...

Enquanto eu era o condutor, podia observar bem as reações dos transeuntes e notei o potencial performático daquela nossa ação. Alguns adolescentes que saiam das escolas chegaram a me perguntar mesmo se o Vinicius era cego, quando eu respondi que não, queriam saber o que era aquilo então, mas seus olhinhos impactados não parecia quererem uma mera resposta que justificasse aquilo, talvez o que queriam era um tempo a mais para se conectarem com aquele quadro surreal de “cegos” caminhando pela rua sob um elo de confiança, guiados por seus guardiões.

Terminada esta atividade, agora caminhamos até uma rua sem saída, na qual os moradores já foram avisados e autorizaram a realização do nosso ensaio lá. É por volta das 21h, noite quente e clara e temos uma lua cheia deslumbrante acima e do outro lado, o cruzeiro do sul reluzindo. Porém a rua está interditada, uma das árvores que eu tanto admirei no nosso último ensaio lá, está sendo removida por que ameaçava cair. No último ensaio, eu brincava dizendo que aqueles dois pinheiros gigantes apontando pro céu estrelado pareciam com um portal. Seguimos a procura de outra rua propícia e achamos! Apesar de aqui ser periferia, entre Capão Redondo e São Luis, temos alguns bairros de classe média alta. Esta nova rua sem saída é misteriosa e um tanto deserta. Casas muradas, grandes terrenos, rua silenciosa, câmeras de vigilância, passamos por um terreno baldio cheio de árvores que distraiam a minha atenção, eu vou chegando ao lugar e o lugar vai chegando em mim, a cada respiração, a cada passo, texturas e camadas energéticas também me recebem, respiro fundo como quem pede licença para entrar.

Iniciamos os improvisos em dupla e depois em grupo, a tarefa é receber o toque do outro e deixar que a movimentação aconteça ao passo que também o transmitimos adiante. Aproximação e afastamento, espirais que começam em um e se reverberam pelo corpo do outro, carregamentos, aproveitar as oportunidades para trocar de propositor...

Agora é hora de retomarmos a coreografia criada nos últimos dois encontros a partir do estímulo de palavras do texto de cada um. Mas no meu caso escolhi palavras que estão presentes nos meus dias e nos meus últimos experimentos artísticos: Calar-se, Ame-se, Sagrado Feminino, Masculino e sem querer querendo, fui parar nos quatro elementos durante o desenvolvimento da sequência: ar, terra, fogo e água...

Nos separamos em duplas, a função é assistir ao colega, entender o caminho criativo que ele fez e provocá-lo esteticamente com o intuito de aprofundar e aperfeiçoar sua sequência de movimentos...

Como o grupo já está em números pares, a Dani, ensaiadora do grupo, fica com a missão de ser minha orientadora, ou seja, trabalhei muito, beirando a exaustão, risos. Mas com muito prazer, melhorar uma intenção que não ficou tão clara ali, outra aqui que pode ser dilatada, um dedo sobrando aqui, uma simplificação ali, espaço entre ombro e pescoço um jeito melhor de resolver um desequilíbrio aqui, ajustar a direção destes braços, uma postura melhor ali, tocar o chão de verdade nesta hora... Repete, repete, repete... Antes a coreografia estava toda em espiral e no mesmo lugar, como transbordar? Deslocar? Enquanto eu explico a ela o sentido criativo que estimula cada partitura, eu também me ouço falar e os reforço para mim mesmo também. A Dani absorve bem cada conceito e me devolve apontamentos precisos que entendo prontamente e me dedico em investigar e experimentar. Na hora de cada um apresentar seu solo, percebemos que nos colocar como público aleatoriamente no espaço, contribuía mais para a performance de cada um do que nos colocar como público em uma única frente. Solos lindos apareceram, as relações se construíam e novas camadas de cada coreografia ganhavam vida com as brechas que a necessidade de adaptação demandava. Na minha vez de apresentar, me senti muito conectado ao lugar, como se fôssemos uma só coisa, em cada momento fui procurando o “público” com o olhar e com o “foco” energético apontado, um vulcão jorrava larvas, mas eu podia sentir um afetamento em meu corpo de cada olhar e da presença de cada um, informação que funcionava como toques hápticos a disparar texturas sutis mesmo na minha coreografia decorada e pré-definida, nem sempre consegui manter o racional em punhos para lembrar de cada correção e ajuste de outrora, mas alguns aconteceram naturalmente e outros foram esquecidos, me parecia um crime interromper aquele fluxo maior do que eu com intuito de corrigir, sentia que muito mais coisas do que eu se movimentavam com aquela dança e talvez, eu ali, fosse um mero detalhe, crucial como disparador inicial, mas não a finalidade, não mais o foco principal...

O mais curioso de tudo, foi que, ao chegar em casa, revi um poema impresso que escrevi no mês passado, percebi que as palavras-chave da coreografia que eu acabara de fazer e me ouvia pronunciar enquanto explicava para a Dani, estavam todas ali dançando nas linhas do poema e no mosaico de imagens evocadas!

09 de junho de 2017.

CORPO DO GUERREIRO

Que corpo é este?

Corpo que responde aos tambores,

De traços finos e musculatura bruta,

Intenso como o mar,

Entre a leveza das ondas e peso das rochas...

Dança em transe, em segundos de pureza, na frequência do divino.

Sua identidade é mista e sua militância é o todo, o humano!

Seu desafio é amar-se e seu futuro é o começo.

Seu dom é o legado do índio guerreiro e da índia mãe.

Sua luta é o respeito e o valor do sangue negro e pardo,

Sob sua pele, branca, amarela ou negra,

Traz a dor do chicote de quem desferiu e de quem sentiu o golpe.

Este corpo mestiço traz o rancor, a culpa e o perdão,

Como a carne (de)marcada, estuprada e a generosa terra que o nutre.

Corpo que ginga, esguio ou enrijecido pelo saque moderno,

Corpo que ginga, golpeia o ar ou irmão por medo do genocídio,

Corpo que ginga, mutilou-se em prol da aceitação à qual o padrão o impõe,

Corpo que ginga, bacia solta, ainda quer pulsar as contrações da terra.

Que corpo é este ansioso por se integrar à nudez natural dos elementos?

Que corpo é este que se mexe vomitando vida?

Que corpo é este teimoso em voltar à sua essência?

Que corpo é este que inspira admiração e desejo de posse?

Este corpo físico é a tua base de lançamento para o alto, irmão.

É o vetor da dança espiralada que une terra e céu,

Este corpo é o mapa, o diário de bordo e a própria nau em movimento!

Roni Diniz 19/05/17

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As fotos acima são cortesia da Cia Diversidança, registradas com o celular com exclusivo fim de registro da atividade.

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