top of page

Do autorretrato da alma à maturidade!

Atualizado: 9 de mar. de 2022


Quando eu me apaixono, gosto de transbordar afeto e direcionar para quem eu estiver amando a enxurrada de inspiração que me causa, poemas, desenhos, toda a forma que eu encontro de contemplar e celebrar o encontro. Eu fico como que possuído pela imagem física e sensorial de quem eu amo, como se fosse um quadro enorme e magnético, impossível de não olhar, bem no meio da sala do meu ser!


É um brilho tão intenso, tem força tão descomunal que pode me cegar de perceber que sou eu mesmo a Fonte do amor. O outro é sempre e apenas o gatilho, o ingresso pra termos a chance de fazer um intensivão sobre esta parte "Amor" em nós mesmos!


Desde criança eu gostava de desenhar principalmente as mulheres que eu amava, irmãs, cunhadas (acho que por isso me tornei fotógrafo também) e muitas mulheres que eu não conhecia, mas tateava no "campo" através da minha sensitividade, mesmo sem entender ou saber o que era isso…


Quando eu me apaixono estou no estado mais potente do meu ser e mais frágil, não é hora de vacilar, é duplo “orai e vigiai!”, tive um alívio quando compreendi melhor este estado que parecia tão contraditório à minha personalidade tão prático e objetivo, eis a minha lua em peixes muito além do rótulo!


No ano de 2016 eu retornei à psicoterapia e minha queixa era muito simples: eu não me apaixonava mais e não achava isso normal, algo me dizia que era responsabilidade minha, que eu quem estava me "protegendo". Minha psicóloga se chamava Laura, o mesmo nome da minha cantora preferida desde criança e de uma sobrinha muito especial. Ela me pediu para trazer os desenhos desde a infância dos quais eu tanto falava, lancei um olhar do adulto artista que eu era em 2016 sobre as dicas por detrás daqueles desenhos de mulheres acorrentadas e abusadas, comecei ali a criar o Espetáculo MÃE, minha jornada do herói pessoal, ao qual passei os próximos anos desenvolvendo e mergulhando no que futuramente eu entenderia como Sagrado Feminino.





Hoje quando eu me apaixono eu não me culpo mais como antes e nem me cobro mais, eu me observo, paixão é um patrocínio hormonal de uma reação química que vai acontecer muitas vezes em nossa vida, não significa amor e nem relacionamento.


É o meu Adulto Interior hoje, firme e amoroso, quem vai decidir se há disponibilidade afetiva, preparo mental e emocional para viver a história ou não, e se não houver, ninguém é vítima, gratidão por viver e sentir tudo desta existência humana, cuja principal característica é o livre arbítrio.


Então hoje eu me presenteio com toda inspiração provocada pela paixão e às vezes à outra pessoa se houver abertura e responsabilidade para receber e trocar de forma digna. Eu desenho a mim mesmo, pois tudo o que nos faz nos apaixonar por alguém não é nada mais do que um reflexo de uma parte nossa da qual temos saudades, refletida no outro, viver a história ou não é escolha, bom senso, pautada especialmente pelo meu bem-estar, deu muito trabalho libertar, desconstruir e construir o homem que hoje eu sou e este cabra é o primeiro que merece meu amor e respeito, minha inspiração apaixonada!


Preenchido assim é que posso manter minha Fonte mais limpa e transbordante.


Parafraseando Arly Cravo: Se você ama, deixe a pessoa em paz.


Então, chega desta crença limitante de medo de “perder” o amor que nos fazia cultuar vínculos indignos, invadir e ser invadido por medo de "perder", pra que ter medo de perder o amor, se EU SOU o amor? Você também é, ainda que não se lembre…


Dar a mão a alguém e trilhar um caminho junto por um tempo ou a vida inteira, pode ser lindo ou não, mas é apenas uma das opções disponíveis no "menu" de infinitas possibilidades.


Autorretratos Respectivamente 19/02/22 (Topo) 03/08/01 (meio), a partir de foto de 7 anos (abaixo).



26 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
Encunciado.jpg
bottom of page