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MÃE de si (Poema)


Mãe de Si - Poema - Dia das Mães - Autor: Roni Diniz Foto: Bruno Cotrim

Homem ou Mulher, fértil ou estéril, saiba que MÃE você é! Feminista ou machista, omisso ou atuante, desperto ou anestesiado, Mãe silenciada e displicente ou guerreira e presente… MÃE você é! Mãe que conhece e se aproxima da sua natureza ancestral de amor incondicional Ou Mãe que explode suas larvas de raiva que não mais puderam ser contidas, Mãe que lembrou de acolher sua tempestade mortal como se fosse um filho incompreendido Ao invés de apenas drogar ou distraí-lo com desenhos.

A raiva-filha não resistirá ao teu amor, depois de dar-te o recado, em teu abraço adormecerá… E transformada, seguirá seu caminho… Quando esta filha rebelde e depressiva fala de si expressando esta dor pungente, A meta sempre foi tu mesma, ouça… Ela te chantagea emocionalmente quando você se recusa a conhecê-la… Mas se transformará e te devolverá o sono tranquilo quando você a conhecer, enfim.

Mãe, teu colo é como a alquimia da própria terra que tudo acolhe e recicla… Às vezes o choro estridente da cria enlouquece, é vital acalmar-se você primeiro, Do contrário, o remédio poderá ser um veneno e tua boa intenção machucar mais, Mãe dos filhos cheios de dons e mais lindos deste mundo, que trabalho dão!

Quanta atenção te demandam até entenderem que o verdadeiro centro das atenções que tanto anseiam para acessarem a própria essência, é dentro de si mesmos! Que história linda viverão, mas ainda assim partirão, é o fluxo natural… O filho seguirá e encontrará em sua própria alma fértil, o eco da tua voz e teus desabafos…

Deixe seu sorriso para ele e não o olhar de censura que às vezes herdaste dos teus pais. Teu filho, sentirá então no próprio ventre criativo, o teu amor e os teus medos ao gestar… Experimentará agora no próprio coração, o pânico da dúvida de nunca saber Se de fato acertou a medida entre a linha do deixar ficar ou empurrar… O momento vital de cortar o cordão que o nutriu, mas agora pode matá-lo…

A mãe é quem melhor sabe dizer um não com amor e firmeza! Não deixe seu filho aprender o abuso com a falta da expressão sincera dos seus Nãos! Mas para isso é preciso conhecer a si! Demarcar seu espaço é Ser mãe de si.

A si, este filho intrínseco em intenso desenvolvimento e limites dançantes. O momento sábio de se ensinar a ressignificar os traumas. A esquecer e a não esquecer. Deve deglutir o próprio remédio antes de doar e observar seus efeitos… E você que achou este papo todo, “coisa feminina” e se recusa, Poderá rever quando sentir no teu corpo e coração o trauma do “estupro”, Teu lugar sagrado invadido e ferido, quando você mesmo se obrigou a ser o que não é E a acolher o que não é teu, esta dor latejante de abrigar quem você não convidou ou não quer mais aí... Talvez seja o jeito da natureza te lembrar de novo a também ser Mãe e Mulher. Elas, todo mês recordam que é preciso deixar ir, apesar da essência de reter e multiplicar... Vais sentir como Ela sente, pois ela já entendeu de uma forma dura O peso da tua insaciável busca de poder, A tua carência violenta manifesta ao tocar sem consciência as cavernas sagradas, Sem perceber que assim violentas o próprio corpo. Cura-te homem, em corpos femininos ou masculinos! Ela te mostrou o caminho: o silêncio e o mergulhar em si, para então amar-te de novo! E amando-se, ter o referencial interno para curar as relações, É mais fácil amar quem conhecemos, então dedica-te... A linguagem do amor não é a da mente e nem a da casca, Mas a da essência, não está exposta, mora na profundidade, Lá onde todos nós nos conhecemos. A profundida mais próxima de ti é a tua própria alma. Aprende a mergulhar em si, a conquistar a ti primeiro com escuta e amor. O que poderia ser mais profundo e misterioso do que o amor de Mãe? Um útero ou um coração inseminado com consciência e amor... Como se a vida fosse mesmo um eterno parto que nos leva e traz à mesma música Nunca cantada igual… Se a apreciasse-mos mais ao invés de manipular e exigir... Nem todo parto deve doer tanto assim se ouvirmos as instruções do próprio corpo, As células tem a cartilha e poderá ser lida ao desanuviarmos nossas lentes turvas.

Todo homem e mulher é, de fato, “mãe de si mesmo” e de tudo o que cria, Receba e amamente este poema-filho e o teu futuro…

2018-05-12 Roni Diniz

Foto do Post: Bruno Cotrim

NOTA: O que falar sobre este mês da Mães? Acima de todas as táticas de marketing e hipocrisias relacionadas aos tratamentos que costumamos a dispender às mães somente nesta data, de fato, cria-se uma egrégora forte e os sentimentos de mãe estão mesmo "no ar"! Os sentimentos e a dor de quem não a teve, a perdeu ou guarda mágoas dedicadas à própria Mãe...

Desde 2016, estou com uma pesquisa em múltiplas linguagens artísticas, permeadas por minha vivências em autoconhecimento e processos terapêuticos voltados à expansão de consciência: o espetáculo MÃE.

Depois de vários editais inscritos, a oportunidade e o desafio de iniciar alguns experimentos foi montando este espetáculo de uma forma não-linear e cartográfica. Vou apresentar amanhã!

"A idade de 1 ano e 4 meses perdi minha mãe. Uma poderosa e dolorida imagem ressonante dela é o estímulo para este espetáculo entre teatro, dança, performance, poesia e meditação. O arquétipo da Mãe, a 1ª mulher de nossas vidas ainda ecoa, o sagrado feminino, subversões, silenciamentos e estupros sociais, rumo ao arquétipo maior da #Mãe: nosso planeta."

QUANDO: Terça-feira, 29/05/18, às 20h ÚNICA APRESENTAÇÃO

Teatro Oscarito, CEU Casa Blanca R. João Damasceno, 85 - Casa Blanca, São Paulo - SP, 05841-160 | Tel.: (11) 5519-5240 A 14min da Estação Vla. das Belezas,

Linha Lilás do Metrô. ENTRADA FRANCA.

Espetáculo MÃE - Ator Roni Diniz

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