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Minha infância órfão

Atualizado: 30 de abr. de 2021



Somos nove irmãos, ficamos órfãos de pai e mãe quando eu tinha um 1 ano e 4 meses, o mais velho tinha uns 20 anos, nos “salvou” de nos separem só não nos salvou dele mesmo. Sim, eu sou um sobrevivente criado de forma picotada por outros sobreviventes, crianças muito feridas criando outras crianças feridas. Fui amado como as circunstâncias permitiram e o suficiente para eu estar aqui. Sou grato! Às vezes percebo na minha família um micro retrato do mundo! E qual não é?


A minha história foi tão dramática que ficamos estigmatizados como vítimas, mas o apego ao lugar de vítima é mais perigoso do que a tragédia em si, nos mata em vida!


Desde cedo percebi que o olhar dos outros sobre mim não era tão confiável para me dizer quem eu sou. Muitos se casam, tem filhos e netos, mas continuam órfãos de si mesmos, pais ausentes de si mesmos. Eu decidi assumir minha tutela, não poderia oferecer a ninguém algo que eu mesmo não experimento: tornar-me o adulto que minha criança precisou/precisa. Minha vida foi naturalmente se direcionando a tocar nas feridas que ninguém queria ver, ninguém queria ouvir, já acolhi minha criança interna em tantas idades, até o feto que eu fui quando ganhei o primeiro e maior trauma e junto o maior dom: a sensibilidade!


Meu Roninho teve muitas feridas e desde cedo a raiva e o medo se apresentaram como parceiros! O garotinho se compadecia dos abusos emocionais e físicos das mulheres nas quais ele via o retrato da mãe perdida, então eu odiei os homens e a mim mesmo sem saber, sendo eu homem, sem recursos para processar isso, mas também me magoei com as mulheres que pareciam permanecer e escolher situações abusivas vez após vez e assim também magoaram o garotinho: a criança ferida que sabotava minhas relações adultas, reencenando o trauma original, somente percebo isso hoje!


Agora q meu lado “Adulto Amoroso” finalmente sabe desses hematomas emocionais, busquei ferramentas e fui muito auxiliado de várias formas, aprendi a contextualizar os fatos para o meu garotinho, dissertando frente aos seus olhinhos curiosos de aprendiz sobre o grau de inconsciência e autoabuso que leva os homens a se tornarem abusadores e as mulheres a se manterem em vínculos abusivos e vice-versa...


Assim enquanto a consciência não floresce…


Então sem culpar, não há mais nem o que perdoar, há responsabilidades a assumir e adoramos trabalhar, eu e o Roninho, com atenção pra eu mesmo adulto não repetir os roteiros tóxicos que tanto magoaram o Roninho, vou acalmando o Roninho e tirando-o da sombra para experimentarmos de novo todo o meu amor e a nova consciência expandida, alta, quantas vezes precisar para que ele volte a se divertir, amar e a criar, o que ele faz de melhor!


“Até você tornar o inconsciente consciente, ele irá direcionar a sua vida e você vai chamá-lo de sorte.” Carl Jung


Talvez eu e você que me lê tenhamos algo em comum, mas não há receitas, não sou modelo de nada, ofereço a proposta de uma consciência de autorresponsabilidade, autoacolhimento e um exercício a assumirmos com mais Leveza e Escolha. De volta à potência verdadeira do meu Roninho, à sua essência, ele sempre me pergunta: Por que não compartilhar esta cura com outros que também escolhem se comprometer consigo mesmos?


Cada arte feita, cada terapia trilhada, formação artística ou como terapeuta holístico eu fiz inicialmente apenas para mim mesmo… Por amor. Mas todo amor que nós nos damos uma hora transborda para quem vibrar na mesma frequência. E você, já experimentou doar a si mesmo o seu próprio amor? Sabe como fazer isso? O que será que a sua criança tá querendo te contar agora?

É algo quase impossível reunir a família inteira, praticamente atualmente, cada um mora num lugar diferente, aqui estamos em cinco, no aniversário do meu sobrinho, duas das irmãs ainda moram em Pernambuco, minha terra natal.


O que é o Lado Adulto Amoroso?


Muito já se fala sobre o fato de que todos nós temos uma criança interna e isso não é algo difícil de se perceber e confirmar, mas quase nada se fala sobre cultivar e manter um Lado Adulto responsável e amoroso capaz de acolher e se responsabilizar por esta criança diariamente.


Alguns benefícios de despertar o Adulto Amoroso em nós:


💪Ressignificar nosso trato com a Disciplina;

🕵️‍♂️ Iluminar processos de autossabotagem;

🕊 Liberdade e auto suficiência emocional...


Neste último, não significa que vamos deixar de nos relacionar ou se isolar, mas sim parar de nos viciar em usar as relações como muletas e/ou despejar sobre os outros uma enxurrada de expectativas incoerentes, pois chegaremos como seres mais completos, sem cobranças, mais sóbrios e atentos quanto às nossas carências e projeções…


Normalmente temos facilidade de querer acolher o outro ou até mesmo crianças reais, mas não nos dedicamos a assumir a paternidade de nossa própria criança interna. Não é raro encontrarmos pessoas muito abnegadas aos outros, mas inconscientes quanto a própria criança interior tão carente deste afeto que não nos damos por mera inconsciência!


Muitos de nós ainda está rodando os programas instalados na infância, repetindo para si mesmo e para a própria criança interior as cobranças dos pais ou cuidadores ou esperando que o mundo nos trate com os mesmos mimos que pais superprotetores nos ensinaram a esperar da vida. Estes padrões e crenças podem gerar muitos conflitos e dificuldades de manejarmos hoje o leme do próprio barco e dosar a qualidade saudável de disciplina para efetivamente conquistarmos nossos objetivos.


O que significa Autopaternar-se?


Uma das mudanças de mindset (mentalidade), proposta e exercitada nos 7 dias da Imersão Reconectando a Criança Interior que eu proponho é integrarmos a importância de nos autopaternar, automaternar, ou seja, assumir a tutela da nossa criança internior.


Quando não nos damos conta da existência de nossa criança interior ou mesmo quando nos damos, mas nos enchemos de obrigações e não nos dedicamos genuinamente ao autocolhimento, acabamos inconscientemente delegando a nossa criança aos outros, corrompendo nosso relacionamento afetivo com demandas e expectativas q são na vdd da nossa criança e ñ o q é justo de se esperar no dar e receber entre adultos. Esta projeção também acaba acontecendo no campo profissional, como nossos pais foram o primeiro modelo de autoridade com os quais lidamos, a primeira união entre Yin e Yang que testemunhamos, construiu-se uma matriz e acabamos projetando as deturpações ou crenças limitantes que aconteceram lá agora em cima de nossos superiores ou da nossa equipe, isso acontece geralmente de forma inconsciente…


Temos a tendência de repetir para nós mesmos as falas mais cruéis e cobranças q recebemos na infância e assim tb cobramos das pessoas e esperamos do mundo aquilo q achamos q os pais nos deveram. Principalmente quando nossa criança carrega a ferida da rejeição, do abandono ou mesmo quando foi superprotegida.


Assumir a tutela de nossa criança interior ñ significa viver possuído por ela, mas sim despertar também o nosso Lado Adulto Amoroso, que vai não só "segurar a sua mão", acolhê-la infinitamente e se responsabilizar por ser tudo aquilo o q ela não teve na infância, mas também por materializar seus sonhos, fazer com que ela transite com mais segurança por este mundo sem anestesiar sua vulnerabilidade. Assim chegaremos aos relacionamentos com nossas carências mais supridas e sem expectativas de que o outro nos salve ou seja salvo por nós como gostaríamos de ter sido salvos.


Com a nossa Criança Interna “em dia” percebemos e comunicamos os nossos limites de forma leve e respeitosa, assumimos a responsabilidade, sabemos lidar melhor com frustrações e temos em nós mesmos o amor e o acolhimento para suprir nossa criança, temos um lado adulto flexibilizado o suficiente para abrir espaço necessário para que esta criança brilhe a nossa essência neste mundo da forma mais saudável possível e com autorresponsabilidade. Entendemos o valor real da disciplina alinhada aos propósitos que condizem com a nossa verdade e assumimos um compromisso verdadeiro com o nosso próprio processo, respeitando nosso limite atual e alcançando cada avanço com respeito e amorosidade. A criança se diverte em nós enquanto o Adulto trabalha inspirado e comprometido.


Gostaria de se tratar mais assim?


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Última semana de inscrição, turma pequena, de 27/02 a 05/03.





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