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Como sobreviver sendo artista em São Paulo?


Fotógrafo Desconhecido

Dança, teatro e fotografia dão dinheiro? Não, dão vida! Dão muito trabalho, gastos e desgastes e o prazer de existir e revelar a vida, de transcender por minutos preciosos o padrão e a “normalidade” fria e cinza de nossos dias. Te despertam e ampliam a consciência de sua existência e os seus modos de conexão com o outro, num tempo de apatia profunda e lei da selva (embora que estas são mais leais e justas do que as urbanas e capitalistas), despertam e ampliam a consciência do direito de ser quem você é com suas singularidades e buscas individuais e coletivas...

Talvez você nunca tenha assistido a um espetáculo de Dança Contemporânea ou de Teatro, talvez você esteja mais preocupado em conseguir seu sustento do dia e fazer seu passeio de fim de semana e feriados ou em alcançar o êxito que te ensinaram que era sinônimo de sucesso e, por isso tudo, nem tenha tempo pra pensar nisso. Mas saiba que existe um grupo grande de pessoas que dedicam a vida para te alcançar e te convidar incessantemente a ver que a vida, nossa curta existência aqui, pode ser muito mais do que essa caixinha fechada! Se você aceitar o convite, pode ter um momento de comunhão e catarse tão sublime quanto efêmero, capaz de despertar a consciência para um mundo além desta caverna ou “matrix”, na qual insistem em nos alinhar, como gado obediente, como linha de produção e massa alienada, artificialmente contentada. Talvez você se vicie em arte também, passe a notar mais os detalhes, os sabores e as possibilidades que não via antes, as metáforas da vida, pode até começar a perceber o quanto foi enganado por tanto tempo por costumes e crenças que só serviam para te manter sob rédeas curtas, proporcionando o enriquecimento alheio sobre as custas do teu trabalho e consumo programado (o que eu também costuma chamar de “estupro” figurado). A fórmula que este grupo de guerreiros artistas utiliza não é nada heroica não, é despretensiosa e para eles é uma necessidade vital este fazer, é como respirar... É “tocar” a vida, e neste delicado estudo do abstrato e do imaterial, oscilam entre o rigor cientista e a soltura de uma criança curiosa, desafiam corajosamente o abismo desconhecido a frente, a cada novo trabalho, mas estes não resultam em “produtos” que caibam numa escala de produção, são ímpares como nós, não resultam na salvação de ninguém, mas sim no direito e dever de pôr pra fora uma essência vital para o mundo que quando não externada adoece em coletivo, uma doença letárgica...

"Isso ainda foi pago pelo governo X, essa foi a herança que ele nos deixou. Meu Deus!”

Foi um comentário que eu li abaixo de um vídeo no Youtube com um espetáculo ou instalação que mesclava dança e performance. Eu nem conheço o artista ou o reclamante, mas ouso dar a este último a minha resposta que é “NÃO!”. Nada pode “pagar” o pedaço de alma e de vida que um artista oferece em sua obra e muito menos pode pagar a atmosfera e a experiência que o público que estava lá vivenciou de peito aberto, pelo que se pode notar da filmagem! Quando um artista ou grupo recebe alguma verba pública para “fomentar” ou “propiciar” a execução do seu trabalho independente, significa que ele passou um bom tempo desenvolvendo e escrevendo sua proposta, certamente não foi logo na primeira tentativa que esta foi aceita, costumo papear com grupos que conquistaram agora alguma verba e recebo sempre a mesma resposta: “Passamos muitos anos sobrevivendo com condições péssimas, mas nunca desistimos de tentar!”. Longe de mim querer valorizar aquela síndrome de que somente merecemos algo se sofrermos por isso durante muito tempo, mas é uma realidade que costumo observar no meio artístico independente, não midiático, se é que você me entende. Nós merecemos e pagamos muito bem com nossos impostos para termos tudo o que temos direito, alimentação, moradia, segurança, arte e cultura! Se você tiver a paciência de ler as cerca de 30 páginas ou mais que geralmente compõem o regulamento e critérios de Seleção de um edital, você vai entender o exemplo que costumo dar para quem me pergunta o que é um edital, que se assemelha a uma TCC (Trabalho de Conclusão de Curso de Faculdade exceto às normas ABNT). Tem que ter orçamento estimado detalhado de cada gasto, cronograma de execução, etapas do processo, descrição do público alvo, estratégia de divulgação, justificativa, ficha técnica, gênese, prestação de contas burocráticas, etc. e etc. Os artistas passam meses, geralmente dias e madrugadas, escrevendo estes editais, criando redes entre profissionais envolvidos, entre espaços públicos e privados a fim de possibilitar a realização do trabalho no caso de ser contemplado. Tudo isso é analisado por uma banca específica rigorosamente escolhida. Quando uma proposta é contemplada por um edital ele não é como ganhar um prêmio não! Ele ganha o direito e responsabilidade, por um tempo limitado, de trabalhar muito em prol do desenvolvimento de sua proposta e de levá-la ao grande público. Ganha o direito/responsabilidade de ter suas horas semanais, finais de semana e feriados, voltados para os trabalhos, como intérprete, produtor, contador, treinador, recrutador e muito mais... E por isso, se sente muito grato e privilegiado! A sua contemplação também significa que outras centenas de projetos inscritos tão bons quanto o seu, não foram contemplados desta vez. Portanto, caro leitor, a crise econômica que enfrentamos agora e que a grande população, ignorantemente ou ingenuamente, "aceita" como justificativa para o sucateamento da arte e da cultura, não passa de uma estratégia antiga e funesta de calar uma importante fatia do grupo de fomentadores do pensamento, do questionamento e do direito de digerir a vida e escolher o próprio destino.

"Muitas pessoas acham que o teatro... Ah você acha o que? Que vai fazer novela assim?! Não existe você fazer teatro “mais ou menos”! Ir lá no escritório e “dar um truque”... Você se sente muito mal se você for assim. Este “mais ou menos” no teatro (na dança também) é muito inferior e muito mais infeliz do que qualquer outro mais ou menos." Denise Fraga, Projeto Perdigoto na Cia Paideia 31/05/15. Talvez você conheça esta atriz da televisão e não entenda o porquê de eu citá-la aqui, mas se você já a assistiu no teatro, com certeza entenderá.

Na 13ª edição do Edital VAI (Valorização de Iniciativas Culturais), foram recebidas 1.448 propostas e 231 foram contempladas. E eu estava nesta luta com meu grupo de teatro concorrendo na modalidade 2, com o sonho de circularmos pelos CEU’s de São Paulo com a nossa montagem #SomosTodosOtelo e assim, discutirmos os temas como machismo, feminismo e racismo que detectamos no texto clássico de Shakespeare, mas não fomos contemplados.

“O programa VAI, criado em 2003 e instituído a partir de 2004, tem com objetivo apoiar projetos e atividades artísticas e culturais, principalmente de grupos e coletivos compostos por jovens e/ou adultos de baixa renda, atuantes e residentes em regiões da cidade desprovidas de recursos e equipamentos culturais.” http://programavai.blogspot.com.br

“Eu acho que enquanto tiver gente sem remédio, comida, moradia e segurança dá para viver sem exposição.”

Este foi um comentário de um visitante que eu li na FanPage de um grupo de teatro que divulgou os seguinte dados abaixo referente ao congelamento de verba na atual gestão:

VOCÊ SABIA?

A gestão Dória congelou 43,5% da Cultura.

Quase metade dos míseros 0,83% do orçamento da cidade que estavam destinados aos programas que fazem de São Paulo uma capital mundial de arte e cultura.

É essa quantia que garante uma programação cultural diversa, a preços populares e oferecida nas 5 regiões da cidade. Sem ela, cultura passa a ser coisa para poucos e ricos.

Fan Page A Digna Coletivo Teatral

Eu acrescento uns recortes como resposta:

"A gente não quer só comida

A gente quer comida, diversão e arte

A gente não quer só comida

A gente quer saída para qualquer parte"

Música "Comida" Titãs Composição: Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto

“Não só de pão vive o homem.” Bíblia

Às vezes, ouço algumas pessoas tratarem arte e cultura como uma mera opção a mais ou a menos de entretenimento numa prateleira simbólica. O que é totalmente compreensível se consideramos a educação castradora da alma que nos acostumou a encarar a escola meramente como local para nos enfiar conteúdos a serem decorados, sem nunca nos ensinar a pensar ou a exercermos o nosso livre arbítrio, quem dirá alimentar a alma e buscar a plenitude da vida...

No entanto, os emissores deste tipo de comentário, nada altruístas, convenhamos, ignoram que arte e cultura é “a vida” de muitas pessoas, é também seu ganha-pão, profissão, missão, é o aquecimento de uma rede de profissionais que estudaram e estudam a vida inteira e deixam para humanidade legados e conquistas preciosas! Não são inferiores a um sapateiro, cozinheiro, médico ou executivo, merecem trabalhar e terem seus direitos reconhecidos também. Os artistas já nascem na crise, crise de descobrirem quem são e qual é a sua missão, pois não se encaixar na máquina capitalista sem se reconhecer pode ser um grande drama, os conflitos com a família e com a sociedade que quer, o tempo inteiro, mesmo que, às vezes, com "boas intenções", determinar/impor o que e como devem viver, crise de sair do sistema corporativo ou conseguir resistir e não entrar nele, sem passar fome, aprender a ser empreendedor (é uma das poucas opções que resta), ou pelo menos tentar, mesmo que suas habilidades sejam opostas a isso e conviver com direitos trabalhista escassos que praticamente não existem ou não são respeitados ou difundidos, “ou aceita ou não trabalha” e por aí vai...

Por que ser artista, então?

Em 2010 eu conheci a Dança Contemporânea, pelo Programa Vocacional, no CEU (um dos programas ameaçados com o Congelamento das Verbas da Cultura). Eu jamais terei palavras para descrever a minha mudança de percepção de mundo e de mim mesmo e sobre a descoberta do meu corpo com a dança. Meu corpo que era todo enrijecido e encurtado pela musculação sem alongamento apropriado e má postura por trabalhar 45 horas por semana, sentado na frente de um computador. Quando a minha essência poética se encontrou com a dança, nunca mais a largou, descobri que o mundo inteiro dança, que a dança não se resume a exibição de técnica e repetição coreográfica, mas que pode tocar e revelar o humano, a vida, de um jeito que as palavras não conseguem fazer. Um desafio após o outro, descobri e enfrentei meus limites, físicos e emocionais, hoje vejo que meus limites corporais eram o reflexo de minhas limitações para com a vida e hoje tenho novos desafios. Certa vez um professor de dança disse mais ou menos assim enquanto a turma simplesmente caminhava pela sala: “Repare em seu corpo, seus pés, joelhos, quadris, seus ombros, seu olhar... É pra cima, pra baixo? Seu peito é aberto ou para dentro? Já parou para notar como você anda? Esta é sua postura para o mundo e para a vida”. Achei junto com meu primeiro grupo, os meios de nos colocarmos socialmente e, certa vez em 2015, fui convidado a refletir e esboçar uma resposta à pergunta “Por que danço?” para o espetáculo de um grupo de dança amigo meu:

"Eu danço porque, das linguagens artísticas que eu conheço, a dança é a que mais me permite vasculhar, explorar e descobrir o meu corpo, as minhas emoções mais ancestrais e seu potencial expressivo ao me comunicar, buscando e encontrando sintonia e frequência com o universo e com os outros.”

Durante todo este caos de sucateamento e descumprimento das Leis que garantem o mínimo para aquecimento da arte e cultura em São Paulo eu ouvi da boca do Senhor Secretário se referindo à ameaça de fim da Lei de Fomento, sem mais nem menos:

"Eu sou um militante da cultura. Eu não vou ser Secretário da Cultura para desmontar nada, eu tenho biografia..."

André Sturm em Reunião com os Artistas no CCSP sobre o Congelamento da Verba de Arte e Cultura.

Nesta ocasião, após vários pronunciamento de representantes da classe artística, Dança, Teatro e Circo, o secretário assinou um documento a vista de todos se comprometendo com a luta em prol de manter a integridade das Leis que garantem o orçamento de menos de 1% destinado à Arte e Cultura.

O Fomento à Dança foi cancelado e em seguida, foi lançado no lugar, outro edital que só tem em comum com o antigo o nome. Descaracterizando totalmente o caráter estruturador e de pesquisa aprofundada e com duração de apenas 1 ano (antes era de 2 anos), sob pretextos e justificativas contraditórias e imediatamente rebatidas pelos representantes da dança, como pode ser observado nas matérias veiculadas nos links abaixo.

“André Sturm (Secretário) afirmou ainda que a reformulação do edital visa tornar o fomento mais democrático. Segundo o secretário, o programa tem favorecido apenas um grupo de pessoas. "De 2011 a 2016, nove grupos ganharam cinco vezes, e tem pessoas que participaram cinco vezes da comissão julgadora. São sempre os mesmos", afirma Sturm.

Vanessa Macedo, que estudou os números do fomento para sua tese de doutorado sobre dramaturgia na dança, afirma que até a 20ª edição do fomento (–a cancelada foi a 22ª–) 70 pessoas diferentes passaram pela comissão.

A repetição de nomes dos vencedores é, segundo Macedo, a confirmação do princípio da lei do fomento de contemplar pesquisas e trabalhos continuados. Ela também diz que, nas últimas edições, 74% dos grupos que se inscreveram mais de duas vezes foram contemplados ao menos uma vez.”

Eu também posso rebater estas justificativas com fatos que eu mesmo tenho presenciado, como por exemplo, a primeira vez que a Cia Diversidança aqui do Capão Redondo, o Núcleo Mirada entre outros foram contemplados nas últimas edições do Fomento, tendo e dando oportunidades inéditas de crescimento e consolidação como Coletivos e Agentes da Arte e Cultura, movimento que trouxe oportunidades ímpares, de formas diretas e indiretas, para inúmeros artistas e profissionais relacionados. Tanto os que integraram diretamente as fichas técnicas como os que tiveram a chance de participar das vivências, workshops, circulação de espetáculo e outras ações de abertura do processo criativo, oficinas, bem como a produção de materiais que documentam, desdobram e fomentam os processos criativos e sua difusão.

Só neste último mês de fevereiro, juntamente com um grupo de pessoas bem diversas, atores, bailarinos, professores e outros, participei de diversas ações de alguns Coletivos Independentes que tem em comum o fato de estarem conseguindo realizar estas atividades graças ao subsídio das Leis de Fomento. Participei de três palestras ímpares sob o tema "Como viver só em bando" proporcionadas pelo Grupo Vão de Dança, na Praça das Artes, abertas ao público, para cada palestra um convidado diferente, um professor, ator e pesquisador de um dos grupos mais icônicos de São Paulo, o Lume Teatro, noutra, um Filósofo e por último, um antropólogo com pesquisas em torno da cultura indígena e o que podemos aprender dela. Uma oficina de um mês totalmente relacionada aos processos criativos que tenho experimentado entre dança e performance, a oficina "Atores Diários" com Helena Cardoso da Cia A Digna na SP Escola de Teatro, focada em criar uma dinâmica de grupo de pesquisa, onde cada artista propunha experimentos cênicos nas praças do Centro de São Paulo, registrando em seu diário de bordo seus procedimentos e impressões, usando o diário não apenas como ferramenta de registro de processo, mas como disparador criativo de intervenções em torno das relações e do olhar do ator sobre a cidade e da cidade sobre nós. São estas algumas das oportunidades ímpares que a Cidade de São Paulo tem conferido aos artistas e público em geral com sob o abrigo das leis conquistadas que garantem este repasse mínimo de verba para a Arte e Cultura.

“Criado em setembro de 2006, o Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo (Lei 14.071/05) virou uma página na capital paulistana. Pela primeira vez, a classe de dança passou a contar com suporte financeiro garantido por lei e fruto de reivindicações e esforços conjuntos dos próprios artistas.

Com dois editais por ano, que selecionam projetos inscritos que, uma vez escolhidos, podem contar com recursos para trabalhos de pesquisa, produção, circulação e manutenção de companhias, o Fomento à Dança de São Paulo multiplicou a produção, proporcionou desenvolvimento e visibilidade para a área e ao mesmo tempo trouxe novas demandas, revelando o potencial e o vigor da dança paulistana, em todas as suas regiões. Como processo vivo, requer aprimoramentos – o que de certa forma vem acontecendo, como a ampliação de prazo para dois anos para a finalização de projetos (também um precedente, que trouxe fôlego para a tão curta perspectiva de realização de trabalhos dos profissionais da área).

Necessidade de novos aprimoramentos no Fomento? Sem dúvida. Impensável para a maioria, porém, é cogitar retrocessos como a pulverização da verba do Fomento para talvez atender número maior de contemplados. Verba de menor valor significaria rebaixar as condições de trabalho duramente conquistadas, considerando as exigências inerentes à produção cênica, à manutenção de grupos e à sobrevivência digna dos artistas.

Reflexo do Programa de Fomento, hoje a programação de dança de São Paulo é certamente a mais intensa do país. Nos diversos cantos da cidade, dos teatros aos espaços urbanos, há espetáculos e intervenções animando a cena paulistana.

Idealmente, novos programas de fomento deveriam surgir em São Paulo (e, claro, no Brasil todo), para dar conta da diversidade de demandas e manifestações que afloram a todo momento.”

Abaixo, um link com vídeos da Mostra do Fomento à Dança 2016. Os grupos contemplados foram entrevistados objetivamente, dando um resumo de suas propostas em curso e mostrando a diversidade da Dança que o Fomento à Dança original proporcionou em São Paulo.

E para fechar este post, algumas reflexões:

"... Apesar da nossa educação, mesmo com esta educação, nós temos uma população criativa, bela, inteligente, corajosa (...) Quanta gente linda na rua! Cada um de um jeito, cada um de um modo (aplausos). Mas nós adoramos aquela organização, aquelas ruas enormes e aquelas pessoas que, com uma arma na mão, atira e mata 30 pessoas sem saber o porquê. Nós temos que salvar o nosso crescimento para que ele não seja apenas econômico e não nos coloque no rumo da IMBECILIDADE. Nós temos que trabalhar para ter uma sociedade que pensa, nós só vamos trabalhar com a diferença (...), quem pensa diferente, quem pensa igual, homens e mulheres serem o que quiserem ser (...), nós só vamos ter isso numa sociedade que elabora, que sente, que digere. O Brasil é o país da diferença apesar da nossa educação castradora, submissa (...). Ou mudamos o nosso modelo de ser humano ou não haverá mais ser humano. Ou mudamos a nossa relação com a vida ou não haverá mais vida"

Viviane Mosé, filósofa, 2012, Evento Casa TPM, discorrendo sobre Mulher e Educação

As fotos abaixo são da Folha Ilustrada, link acima, referente a Manifestação de mais de 300 artistas contra o descumprimento da Lei do Fomento à Dança dia 13/03/17,

Por Marlene Bergamo/Folha Press Fonte: Folha Ilustrada 13/03/17

Por Marlene Bergamo/Folha Press Fonte: Folha Ilustrada 13/03/17

Por Marlene Bergamo/Folha Press Fonte: Folha Ilustrada 13/03/17

Por Marlene Bergamo/Folha Press Fonte: Folha Ilustrada 13/03/17

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